Em comemoração ao Dia Mundial da Saúde, segue reportagens da fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
«Uma boa Saúde para um envelhecimento mais saudável»
O 7 de Abril é comemorado anualmente para assinalar o aniversário da fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1948. O Dia Mundial da Saúde é uma campanha mundial através da qual se dirige um convite geral – desde os líderes mundiais ao público de todos os países – para que reflictam sobre um problema específico de saúde pública com um impacto mundial. Convergindo sobre problemas novos e emergentes de saúde, o Dia Mundial da Saúde oferece-nos uma oportunidade para desencadear uma acção colectiva para a protecção da saúde e do bem-estar das populações. É também uma oportunidade para estimular um maior engajamento de grupos específicos (Decisores políticos; Organismos Internaciionais, responsáveis municipais, prestadores de cuidados, grupos da sociedade civil, investigadores, organismos privados, pessoas idosas e assistentes sociais, associações juvenis, organizações filantrópicas, opinião pública, etc.) na procura de soluções que são benéficas para todo o mundo.
Tema e Slogan: O tema do Dia Mundial da Saúde 2012 é Envelhecimento e Saúde com o slogan «Uma boa saúde para um envelhecimento mais saudável». Trata-se de mostrar como uma boa saúde ao longo da vida pode permitir que as pessoas idosas continuem a viver uma vida plenamente produtiva e serem um recurso para as suas famílias e comunidades. A terceira idade é de facto um problema que toca a todos e a cada um de nós – quer sejamos jovens ou idosos, homens ou mulheres, ricos ou pobres – onde quer que vivamos.
A terceira idade a nível mundial: Estatísticas, números sobre e considerações gerais
– A população mundial está a envelhecer a passos largos. Entre o ano 2000 e 2050, a proporção de pessoas com mais de 60 anos de idade entre a população mundial irá duplicar, passando de 11% para 22%. Durante o mesmo período, o número absoluto de pessoas com 60 ou mais anos de idade aumentará, muito provavelmente, de 605 milhões para dois biliões.
– Estima-se que até 2050, o número de pessoas com 80 anos de idade venha a duplicar para 395 milhões.
– Nos próximos cinco anos, e pela primeira vez na história da humanidade, o número de adultos com 65 anos de idade, ou mais, será maior do que o número de crianças menores de cinco anos;
– Até 2050, o número de adultos será superior ao número de crianças menores de 14 anos;
– Estima-se que esta evolução demográfica será mais rápida e espectacular nos países de baixa ou média renda. Por exemplo, enquanto serão necessários cerca de 100 anos para que a proporção da população francesa com 65 anos e mais passe de 7% para 14%, em países como o Brasil e a China, este crescimento levará apenas 25 anos!
– Estes aumentos consideráveis na esperança de vida, de quase 50 anos num século, devem-se em grande medida aos progressos socioeconómicos e ao sucesso de estratégias de saúde pública.
Principais determinantes para um envelhecimento saudável:
– Um mundo em mudança: No século XXI a saúde mundial está a ser determinada por evoluções sociais de grande magnitude, para as quais ela contribui. Assiste-se a uma mundialização da economia; um número cada vez mais crescente de pessoas vive e trabalham nas cidades; as estruturas familiares mudam e as tecnologias evoluem rapidamente. O envelhecimento da população é uma das transformações mais importantes da sociedade. Brevemente, haverá mais pessoas idosas do que crianças no mundo e o número de pessoas com idade bastante avançada atingirá um nível recorde.
– Para que se desfrute de boa saúde enquanto idoso é preciso que antes se tenha cultivado uma boa saúde: a má nutrição antes do nascimento aumenta o risco de doenças como as patologias respiratórias ou diabetes na idade adulta. As infecções respiratórias contraídas durante a infância podem aumentar o risco de bronquite crónica na idade adulta. Os adolescentes obesos ou que apresentem uma sobrecarga ponderal correm o risco de sofrer de doenças crónicas durante a idade adulta (diabetes, patologias circulatórias, cancro e complicações respiratórias e músculo-esqueléticas).
– Saber envelhecer com saúde, depende de vários factores: ao sistema biológico do ser humano que aumenta à medida do seu crescimento, atinge a sua plenitude na idade adulta e vai diminuindo naturalmente depois. A rapidez deste declínio é determinada, pelo menos em parte, pelos nossos comportamentos e por tudo a que estamos expostos ao longo das nossas vidas, isto é, pela nossa alimentação, a prática ou não de actividade física e a exposição a riscos para a nossa saúde, como sejam o tabagismo, o consumo nocivo do álcool, ou a exposição a substâncias tóxicas.
Os novos desafios do crescimento demográfico:
– A maioria das pessoas idosas morre de doenças não transmissíveis: cardiopatias, cancro, diabetes, em vez de doenças infecciosas e parasitárias; Por outro lado, as pessoas idosas apresentam frequentemente vários problemas de saúde em simultâneo, como por exemplo diabetes e cardiopatias;
– Número de pessoas afectadas por um «handicap» aumenta em função do envelhecimento da população e do risco crescente de doença crónica com a idade; Por exemplo, cerca de 65% das pessoas com deficiências visuais têm 50 anos de idade ou mais e esta franja da população representa cerca de 20% da população mundial. Por conseguinte, o envelhecimento da população em vários países vai expôr um número crescente de pessoas a problemas de deficiência visual;
– Número considerável de pessoas idosas no mundo expostas a maus-tratos: Nos países desenvolvidos, cerca de 4% a 6% de pessoas estão expostas a maus-tratos nos seus domicílios. As pessoas idosas que vivam em lares, também podem ser vítimas de maus-tratos. Esses casos podem estar relacionados com a sua liberdade de movimento, dignidade, privacidade, auto-estima, etc.
– A necessidade de prestação de cuidados aumenta ao longo dos anos: Muitas pessoas idosas são frágeis, apresentam problemas físicos e mentais e têm dificuldades de locomoção. Muitas das pessoas idosos têm por isso necessidade de cuidados a longo prazo (tratamento no domicílio; cuidados a nível comunitários; assistência para as tarefas do dia a dia; atendimento em instituições especializadas e internamentos prolongados em unidades hospitalares);
– Casos de demência: o risco de demência, como a ocorrência de enfermidades como a doença de Alzheimer, aumenta claramente com a idade, estimando-se que 25 a 30% das pessoas com 85 anos de idade e mais apresentem um declínio nas suas capacidades cognitivas. Nos países menos desenvolvidos, estas pessoas não têm acesso a cuidados médicos e as suas famílias não beneficiam de assistência financeira pública para os cuidados a nível domiciliar;
– Maior vulnerabilidade em casos de emergência: Em caso de catástrofes naturais ou conflito armado, as pessoas idosas são as mais vulneráveis e incapazes de percorrer longas distâncias, sendo por vezes abandonadas. Contudo, em muitas situações, elas são úteis, podem prestar contribuições preciosas e aconselhamento às suas comunidades; a sua experiência traz benefícios para a vida quotidiana e para se fazer face aos desafios do futuro. No quadro da ajuda humanitária, desempenham um papel importante como Líders comunitários.
Mensagens principais para o 7 de Abril de 2012
– As pessoas idosas são um património nacional;
– As pessoas idosas são preciosas para a sociedade e devem sentir-se valorizadas;
– Uma boa saúde ao longo da vida permite-nos desfrutar plenamente dos aspectos positivos do envelhecimento;
– As sociedades que prestam cuidados à sua população idosa e que beneficiam da sua participação activa na vida quotidiana estarão melhor preparadas para fazerem face aos desafios da evolução mundial.