Núcleo de Prevenção das Violências
ITATIBA 10/04/2007
Reunião discute a implementação do Núcleo de Prevenção das Violências
A Prefeitura de Itatiba e o Comitê Intersetorial da Rede de Municípios Potencialmente Saudáveis – RMPS realizaram na manhã desta terça-feira, 10 de abril, no Auditório da Secretaria da Saúde, uma reunião para a implementação do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual e de Prevenção das Violências e Promoção da Saúde.
O evento contou com a presença do secretário municipal da Saúde, dr. João Batista Chaves, do secretário da Educação e coordenador do Comitê da RMPS, prof. Salim Andraus Júnior, dos secretários Carlos Alberto Amaral, de Cultura, Esportes e Turismo; José Marcos Medeiros, de Obras e Meio Ambiente; Eliana Pelliser, da Ação Social; prof. Siles Sanfins, da Administração; representantes da Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros, Departamento de Trânsito, Conselhos Tutelar e de Segurança, entidades e instituições e segmentos sociais que atuam no combate à violência.
Desde 2004, a Prefeitura tem investido na integração entre os diversos setores públicos e segmentos da sociedade civil organizada, no sentido de unir esforços no combate às diversas formas de violência. No ano passado, integrantes das instituições que participam da rede de atendimento às vítimas da violência sexual foram capacitados para aprimorar o trabalho, recebendo orientações e um manual com as principais recomendações.
Esse trabalho foi iniciado a partir do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA e do Conselho Tutelar e reuniu representantes de vários segmentos. Também foi organizada a II Semana de Combate ao Abuso Sexual contra Crianças e Adolescentes, envolvendo grêmios estudantis e escolas da rede municipal de ensino.
Todas essas ações têm o apoio da Rede de Municípios Potencialmente Saudáveis, que conta com apoio técnico da Organização Pan – Americana de Saúde (OPAS/OMS), da Unicamp – Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Ciências Médicas, do Instituto de Pesquisas Especiais para a Sociedade (IPES) e dos municípios membros, entre eles Itatiba. A coordenação é realizada pela profa. dra. Ana Maria Girotti Sperandio.
Ainda no ano passado, o Comitê Intersetorial, como a orientação da RMPS, apresentou o Projeto de Implementação do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual e de Prevenção das Violências e Promoção da Saúde, junto ao Ministério da Saúde. Itatiba foi contemplada com recursos de cerca de R$ 50 mil para custear a implementação do projeto.
A reunião teve como objetivo motivar os setores do serviço público e da sociedade civil a participarem do trabalho e orientar e preparar os interessados para participarem de uma oficina para apresentar e discutir as propostas de atuação para esse ano. Na oportunidade foi distribuída uma ficha informativa que deverá ser preenchida pelos participantes e devolvida ao comitê, até o próximo dia 20. A oficina acontecerá no próximo dia 27 de abril, entre 8 e 17 horas, no Centro de Convivência da Melhor Idade “Profa. Ângela Lygia Parodi Scavone, na Rua Ângelo Perdão, no Jardim Vitória.
Envolvimento e ações preventivas
Na abertura da reunião, o Secretário da Saúde destacou que a violência, hoje, se manifesta de diversas maneiras e atinge principalmente a criança, o jovem, as mulheres e os idosos. “É um problema de toda a sociedade, cuja solução precisa do esforço e do envolvimento de todos os segmentos, tanto no âmbito dos serviços públicos (municipais, estaduais e federais), como da sociedade civil organizada. Somente com a união e mobilização de todos é que construiremos a solução para essa questão grave.”, comentou o dr. Chaves.
O prof. Salim ressaltou a importância do trabalho integrado proposto pela Rede, motivando o envolvimento e a participação de todos os setores em busca de resultados concretos. “Com a soma de esforços e recursos certamente alcançaremos melhores resultados. É preciso que toda a comunidade se comprometa a trabalhar pela Paz.”, disse.
O secretário da Saúde acrescentou que é importante a adoção de ações preventivas para evitar os danos e conseqüências decorrentes da violência. “Essa postura está de acordo com a proposta da Administração Municipal em promover a saúde integral da população, no lugar de apenas curar as doenças. A implementação do Núcleo de Prevenção Contra as Violências é um passo importante para isso.”, finalizou o dr. João Chaves.
Estatísticas da Violência em Itatiba
Durante a reunião foram apresentados alguns números importantes relacionados com a violência no município. Em 2004, o número de mortes por causas externas (relacionadas com violência) foi de 62 casos, representado a terceira causa de mortalidade. A primeira foi decorrente de doenças no aparelho circulatório, com 193 casos, seguida das neoplasias (câncer) com 85 casos. Em 2005 foram registradas 66 mortes por causas externas, em 2006 registrou-se 63 casos.
As três causas predominantes são agressões disparo por arma de fogo, acidentes de veículos e em terceiro lugar acidentes com pedestres. A violência representa hoje uma das principais causas de morbi-mortalidade, especialmente entre a população jovem.
Enquanto os homicídios, em sua maioria, ocorrem no espaço público e atingem particularmente os homens, a violência sexual afeta em especial as mulheres e ocorre no espaço doméstico. Essa violência, em particular o estupro atinge, sobretudo meninas adolescentes, as mulheres jovens no Brasil e no mundo.
Os estudos sobre o tema indicam que a maior parte da violência é praticada por parentes, pessoas próximas ou conhecidas, tornando o crime mais difícil de ser denunciado. A violência sexual produz seqüelas físicas e psicológicas. As pessoas atingidas ficam mais vulneráveis a outros tipos de violência, à prostituição, ao uso de drogas, às doenças sexualmente transmissíveis, às doenças ginecológicas, aos distúrbios sexuais, à depressão e ao suicídio.
O enfrentamento da violência exige a efetiva integração de diferentes setores, tais como saúde, segurança pública, justiça e trabalho, bem como o envolvimento da sociedade civil organizada.
A garantia do atendimento às pessoas que sofreram violência sexual nos serviços de saúde representa, por conseguinte apenas uma das medidas a serem adotadas com vistas à redução dos agravos decorrentes deste tipo de violência. A oferta desses serviços, entretanto, permite às vítimas o acesso imediato a cuidados de saúde a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, e, a gravidez indesejada.
Assessoria de Comunicação Social
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